
Moinhos da Apúlia daqui
Vesti-me de preto.
Preto é ausência de cor. Preto não sou eu.
Mas, vesti-me de preto. Como se fosse a um funeral chique.
A manhã de trabalho foi de um frio que não senti.
Esperei pela hora de almoço.
Almoço marcado e programado com uma antecedência de quem não quer ser encontrado.
Apúlia, os moinhos e o mar. Reconheço o restaurante escolhido, A Cabana. Ocorre-me a expressão Amor e uma Cabana. Parece que a cabana ainda dura, deve ter bons alicerces e é bem estimada por quem nela habita. Deve ser isso.
Este almoço tem outra versão de. Será antes, uma perversão do.
Come-se bem neste restaurante. Caramba, hoje não vem nada a calhar.
Sento-me na mesa nove, e olho para a mesa onde me sentei pela última vez que ali estive, mesa três, brinco com os números e faço uma relação directa ao ano. Treta distractiva.
Tenho pouco tempo para o almoço, e apetece-me encurtá-lo (ao almoço).
Durante a semana de trabalho não gosto de almoçar com ninguém, "almoçar os outros", não resulta em boas digestões.
Não neste almoço.
Peço salmão grelhado para disfarçar.