31 janeiro 2008

Non sense...para muitos (7º)

Lembro-me das noites de Agosto, em cujo silêncio maravilhado, não se ouve mais do que, o ruido milenar da terra a girar no seu eixo enferrujado.

Non sense... para muitos (6º)

Quando regressas ao norte com o meu disco dos I am from Barcelona?
I saludo e hasta siempre. Somos la ostia da finka e de la noche vieja.

Lambisgóia honesta

Haja paciência, ou falta dela e termino já com este joguinho desonesto.
A lambisgóia põe-me à prova dia sim, dia sim.
Questiono-me, «que queres tu provar, e a quem?»
Não me apetece brincar a isto, a idade já não me permite este tipo de divertimento. Talvez aos 16, esse, o jogo das disputas, com meninas da mesma idade, fosse dos que mais gozo me dava. Disputar roupas, rapazes, atenções, notas… aqui aceita-se.
Hoje, com o dobro da idade, há coisas que não têm qualquer sentido disputar.
Não há aqui nada para disputar, nem em ti, nem de ti.
É um jogo, eu sei, mas acredita, não tem prémio.
Falas, falas e reclamas pelo meu silêncio.
Acho que gostas bastante de te ouvir.
Ouço, por respeito, mantenho-me calada por respeito (do que resta). E até acredito que, nem queiras saber a minha opinião, só porque, com grande probabilidade, iria discordar.
E tu não aceitas opiniões diferentes.
Somos duas mulheres diferentes. Bastava aceita-la, a diferença.
Acreditas no “Mais vale parece-lo que sê-lo”.
Eu sou pelo original “Mais vale sê-lo que parece-lo”.

E é isto sobre amizade (?)
Esperava bem mais, melhor, não esperava tão poucochinho.

29 janeiro 2008

Queria um destes III



Não nesta cor, terei que ter aqui alguma coerência....
Lava, seca e a roupinha fica como nova, sai a cheirar a Burberry e tudo.

Queria um destes II



Caríssimo e nem me importo da versão a preto e branco.
Está na lista Top10 dos electrodomésticos.

Queria um destes I



Soube hoje que, um "brinquedo" destes custa duas ou três vezes mais que um dos "normais", e dos bons.
É caro porque fala, no meu caso dirá:
«não metes mais iogurtes aqui, enquanto não comeres os que cá estão»;
«tens 4 iogurtes fora de validade, 2 com duas semanas, 2 com quatro»;
«tens cenouras a dar flor... faz uma sopinha»;
«come a porra dos iogurtes!!!».

28 janeiro 2008

M de música

Portishead dia 26 de Março, Coliseu do Porto;

Feist dia 10 de Junho, Coliseu do Porto.

Isto é um mimo para os meus ouvidos

E em Lisboa também, desculpem não fixei as datas, normalmente é um dia depois.

26 janeiro 2008

1=0

«…há lindas florestas de plátanos, amoreiras e cipreste. Acontece que, quando atingem dois ou três palmos de altura, algumas dessas árvores são cortadas para servir de poleiros; das que medem quatro ou cinco palmos, há algumas que são cortadas para fazer estacas e, das que chegam aos sete ou oito palmos, muitas são serradas para tábuas de caixões. Assim, nenhuma destas chegou ao termo natural da sua vida, nem pôde desfrutar, do alto do seu cume, a imagem do mundo para a qual tinha sido criada e, a meio do seu destino, caiu sob os golpes do machado. Este é o perigo de ser útil…»

Ichonang-Tseu

24 janeiro 2008

Caspa, miopia, estigmatismo e falta de consciência

Os primeiros três podes curar.

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O que não se faz, não existe.
O que não se sabe não existe.
E o que não se fez?
E o que não se quer saber?
Também não.

(Já li pior e Paris continua lá, linda)

Vou abrir um Wine Bar (hoje apeteceu-me ter um meu)

Não é o meu trabalho mas, momentos destes, resultam dele.
A meio da tarde tive o privilégio de saborear um Vintage, no Wine Bar da Graham’s, em Vila Nova de Gaia.
È um espaço fabuloso. Este conceito de bar não está suficientemente expandido, nem divulgado, nem tão pouco cotado. É pena.
Sugeria: fechem um terço das pastelarias deste país e abram, em seu lugar, Wine Bares.
Basicamente, aqui, serve-se vinho a copo, fazem-se provas e degustações.
Tinha por companhia um cicerone de “luxo”, tive direito a uma pequena visita guiada e depois duma selecção criteriosa do vinho, a prova. Explicou-me que, o bar está equipado com um sistema que permite guardar as garrafas após a sua abertura, para que não se percam características do mesmo, através da utilização de azoto e temperaturas entre os 15º e os 17º. Entre outras explicações e considerações que mataram a minha curiosidade, fica esta porque é bem interessante.
Pena é, também, que este não esteja aberto todo o ano.
Vale a pena visitar.
Se a memória não me falha, está aberto ao público entre Maio e Outubro (porque será?).

21 janeiro 2008

Mulher prática com certo desprezo pelas boas teorias de maus praticantes

Gosto muito de homens inteligentes.
Não, não é "lugar comum".
Sou mulher para me apaixonar e amar (platónica ou fisicamente) qualquer Homem Inteligente, verdadeiramente inteligente.
Esta espécie é por natureza discreta (sem exibições da própria), traz consigo sensibilidade q.b. e maturidade, essas que tanto prezo, sem esforço.
Se deixarmos, cuida de nós. Sem pedirmos, mantém a distância.
Avalia e deixa-se medir, assim, sem meias medidas ou medidas maiores.
Pode ser um menino quando partilha connosco quatro paredes, mas é um homem fora delas. Usa a linguagem dos afectos com todo o despudor.
Gosto muito de homens inteligentes.
Não espertos, o homem esperto é outra coisa, é uma espécie de ilusionista. Não aprecio ilusionismo.

20 janeiro 2008

Poderia estar rica com isto... ou não

Poderia estar rica com isto… e provavelmente mais fútil



Esta ideia tem pelo menos 10 anos.
Deveríamos estar no 2º ano do curso, quando nos pedem para criar uma campanha publicitária dum produto já existente mas com algo inovador. A palavra de ordem era criar.
Esta foi a nossa ideia, eu e mais 4 colegas, as mesmas 5 de sempre. Uma delas descobriu isto, agora, no Yuotube. Não faço a mais pálida ideia se tem sucesso ou não, mas a ideia foi nossa (também, pelos vistos). O nome não era este.
Seja como for, deveríamos ter registado a ideia.

17 janeiro 2008

Não estivesse este friozinho e era menina para ir até ali, à Praia dos Beijinhos




The Temptress by Jack Vettriano

Problemas de formação individual

Hoje, um colega de trabalho chamou-me mal-educada.
Ora vamos lá ver: meu caro colega, o menino pede-me um favor (tudo bem), em jeito de ordem (mau), eu não gostei do tom, fiz a observação, ele repetiu e acentuou o tom (muito mau), eu respondo, «sou uma menina muito bem mandada mas, haja homem para mandar bem», lá está, «mal educada» vomitou a criatura.
Não confundam, a minha boa vontade com submissão.
Não confundam o meu mau feitio com falta de educação.
Tenho a perfeita noção que o meu feitio (o bom e o mau), vai apurando com a idade, vai refinando o senso e o sentido de oportunidade.

16 janeiro 2008

Só isto para me fazer rir, hoje

Achei tanta piada a isto... não resisti em colocar aqui. Li a pensar em pessoas que conheço de alguns dos signos, achei-lhe ainda mais piada.

A VERDADE SOBRE OS SIGNOS


CARNEIRO:É entusiasta e energético, por isso só faz é merda. Leva tudo à frente até bater com os cornos na parede. E depois chora porque é um maricas de merda.
Gostam de desporto mas têm mau perder como o caralho. A mulher Carneiro é bastante peluda na zona púbica. As crianças Carneiro são geralmente piolhosas e ranhosas.

TOURO:Calmos e tenazes, mas é só de aparência porque são invejosos e teimosos como os cornos que têm na cabeça (mas no verdadeiro sentido da palavra,porque são muitas vezes encornados por serem péssimos no sexo).
Comem que nem umas bestas e de boca aberta. As mulheres Touro são umas vacas. As crianças Touro são geralmente feias e peidam-se muito.

GÉMEOS:Falam como o caralho mas não dão uma para a caixa. Babam-se e deitam perdigotos para cima de quem falam. São uns filhos da puta que só pensam neles e nas gajas ou gajos que querem mocar...sim os gémeos papam tudo o que lhes aparece à frente, desde o padre da paróquia à velhinha com Alzheimer. A mulher Gémeos acaba geralmente em puta drogada. A criança Gémeos é manipuladora e gosta de enfiar o dedo no cu.

CARANGUEJO:São amorosos e sonhadores por isso metem nojo aos porcos. Sempre com cara de parvos são muitas vezes apanhados a masturbar-se em gabinetes de prova de roupas porque não arranjam ninguém que lhes queira tirar os 3. Vestem-se mal porque mesmo aos 40 são as mães que lhes escolhem a roupa. As mulheres Caranguejo têm mamas grandes e flácidas e usam pensos higiénicos ultra com alas (Reglex). As crianças Caranguejo cheiram mal dos pés e gostam de mexer nos seus cagalhões com um pauzinho
de fósforo.

LEÃO:Altivo e normalmente muito bonito, o que faz com que seja arrogante e petulante...mas tão petulante que só dá vontade de lhe arrebentar a tromba à chapada. Têm a mania que são bons mas são uma merda cagada porque têm muitas vezes hemorróidas o que lhes impede de fazer sexo anal(que adoram).Usam muitas vezes o cabelo estilo emigrante. As mulheres Leão são sado-masoquistas e adoram que lhes dêm palmadas no cu com uma pá das obras. A criança Leão é estúpida e tem muitas vezes diarreira.

VIRGEM:Organizado e metódico, tem a mania de guardar os preservativos usados para não esquecer de quantas já deu. É apanhado muitas vezes nas dunas a masturbar-se com revistas da Mónica e do Cebolinha. Tem pavor de sexo oral pois receia engasgar-se. A mulher Virgem tem os lábios bastante salientes e costuma rapar os pelos em forma de coração. A criança Virgem é medonha. Tem geralmente os dentes podres.

BALANÇA:Com ar simpático mas completamente desequilibrado. Tem ar de louco. Costuma falar sozinho nas esplanadas e tem tiques de bicha. Gosta de arte mas acha que a Mona Lisa é uma marca de desentupidor de sanitas...portanto é mesmo um burgesso... uma besta quadrada. Tem muitas vezes apenas um testículo. A mulher Balança é machona e costuma ter buço e pêlos nas mamas. A criança Balança tem frequentemente falta de cálcio nos ossos por isso é raquítica e mentirosa.

ESCORPIÃO:É dinâmico, mas falta-lhe ali qualquer coisinha. Geralmente falta-lhe o bom senso para perceber que não pode passar o dia a enfiar o dedo no cu e a cheirar. Costuma ter doenças venéreas porque prefere enfiar o preservativo nos pés enquanto faz sexo. É pálido e tem sempre aspecto cadavérico. A mulher Escorpião rói as unhas dos pés e assobia pela rata. A criança Escorpião aprecia geralmente o seu próprio ranho e pensa muitas que é um cão com raiva. Uiva muito.

SAGITÁRIO:Divertido, faz muitas vezes figuras tristes por se despir em público com as cuecas habitualmente cagadas e mijadas. O seu vocabulário é limitado e tem olhos de carneiro-mal-morto. É bastante peludo e tem o hábito de fazer tranças nos pintelhos. A mulher Sagitário é pavorosa e tem as axilas com bastante pelosidade. A criança Sagitário é uma aberração da natureza mas às vezes é simpática, mas não muito.

CAPRICÓRNIO:Inteligente mas tem a mania que é mais que os outros. Por esta razão é muitas vezes espancado e violado. Gosta de gritar durante o sexo e de morder as bordas do cu do/da parceiro/a. É alcoólico e costuma ter sempre a casa que mete nojo.A mulher Capricórnio tem uma peida gigante e peida-se com frequencia. A criança Capricórnio é uma cópia dos pais...bêbeda e mal-cheirosa.

AQUÁRIO:É um visionário. Mas não vê muito mais além que a ponta do seu nariz pois é muitas vezes um cegueta com óculos tipo fundo de copo 3. É um azarado de primeira e costuma pisar merda com frequência. O seu aspecto porco e sujo faz com que tenha poucos amigos. A mulher Aquário é maluca e arrota de boca aberta à mesa. A criança Aquário parece um macaquinho. Borra-se com frequência.

PEIXES:É amável... mas só quando lhe convém. É interesseiro mas sofre de consciência pesada. Devido aos nervos tem a pele escamosa a contrastar com o cabelo oleoso.Gosta de ser maltratado(a) e abusado(a). Aprecia chuva dourada e spanking. A mulher Peixes cheira a peixe e tem a paranoia de se masturbar com as unhas falhadas, mas só quando não vai à esquina foder o primeiro(a) q apanha. A criança Peixes é porca e feia e pensa que é um bolo de arroz.

Alta (in) fidelidade

Sou infiel a uma série de merdas.
E assim assumo, justifico e respondo pela minha infidelidade.

15 janeiro 2008

Nunca me peço heroicidades

Mas não há nada pior que desiludirmos alguém que acredita em nós.

Obrigado M.E.M e J.F.

14 janeiro 2008

Virtudes da minha fraqueza

…solitária confiante e até me parece que alguma coisa começa na nossa vida quando tomamos consciência de que, possivelmente, no fundo, somos únicos e sós e que isso é necessário para que a aventura com os outros não fique condenada ao fracasso.

10 janeiro 2008

Esperem lá...


Não, não, o Pai Natal não trouxe prendas fora de tempo, nem tão pouco fui visitada pelo Anjo Gabriel ou por aquele passarão grande que traz bebés. Nada disso.... é outra coisa.
É uma "futilidadezinha" material que eu quero muito, estava reservada, deixou de estar. Agora pode ser minha.

Faço aqui o joguigo da mulher grávida, não conta enquanto não tem a certeza

11:30h.
Toca o telemóvel.
Olho.
O indicativo do número provoca-me um espasmo estomacal.
Deixo de respirar.
Atendo.
Do outro lado uma voz feminina, suave e segura.
Dá-me os bons dias.
Respiro.
Respondo.
Retribuo.
É a Anabela, reconheço a voz, antes de me dizer o nome.
…blá…blá…blá…
Sim…. Ela disse SIM.
O meu estômago contrai de novo, estou ouvir mas já não presto muita atenção.
Não sei bem como termina a conversa.
Acho que «…vai abrir uma garrafa de champanhe, não vai?»

08 janeiro 2008

Estou à espera... estou à espera

Entre hoje e Quinta-Feira, estou num compasso de espera. Aguardo uma resposta, ou SIM ou não (repararam no pormenor do tamanho das letras do SIM? Sou eu a tentar, a todo o custo, influenciar).
Aguardo uma resposta, simplesmente.
Tenho duas garrafas de vinho em casa, duma reserva e selecção especial, abrirei uma para comemorar o SIM. Abrirei as duas para esquecer o assunto.

06 janeiro 2008

SE UMA VIDA NÃO CHEGAR HEI-DE TER 100 VIDAS MAIS

MAS O TEMPO ATÉ PASSOU E ÉS O QUE ELE ME ENSINOU.

(Ornatos Violeta - O Monstro Precisa de amigos)




(Jack Vettriano - In Thought of You)

Lança os dados e baralha tudo de novo

Não pedi desejos enquanto comia as 12 passas, sou uma mulher atípica, não faço duas coisas ao mesmo tempo. Comer não me custa rigorosamente nada, já pensar dá-me uma trabalheira desgraçada. E antes que fizesse azia, limitei-me a comer as passas, lenta e pausadamente.


Agora que estou no início do ano tomei algumas decisões, ponderei, interiorizei e assumo:

Expurgar é a palavra de ordem.
Expurgar – Purgar completamente; retirar ou separar do que é nocivo ou prejudicial; limpar de erros; corrigir; emendar; apurar; limar; polir.


Não perderei mais tempo com quem me incomoda.
Não falarei dumas quantas personagens, porque não vale a pena.
Não falarei com outras, porque é um desperdício de energia.
Não enviarei sms a umas tantas, porque não vale a pena, porque é um desperdício de energia e ainda pago por isso.


Assumo que confundi orgulho com amor-próprio. Mas confesso, que ainda hoje, não sei quando agi toldada por um, ou em defesa e bom nome do outro.
Assumo que a minha capacidade de discernimento durante o ano de 2007 foi igual, ou inferior, a 1% de coisa nenhuma.
Admito que falhei, onde falhei, não admito julgamentos.
Confesso que ofendi, era desnecessário, mas soube-me bem na altura. Ainda não sinto arrependimento.



Gostava de ter a capacidade de perdoar mais facilmente. Gostava. Não fosse a minha capacidade em perdoar, inversamente proporcional ao mal que me causaram.



Não vou pedir conselhos aos amigos como se fossem os GPS da minha vida.
Passei o ano de 2007 a pedir e ouvir conselhos. Até ao “inimigo” pedi.
Aos Meus AMIGOS, aqueles que eu adoro e que estiveram sempre disponíveis. Sempre que eu precisei, de um ombro ou de um colo amigo (e deveria ter ficado só mesmo por aqui, tipo: chorar, limpar o nariz e dar de frosques), vocês deram-me conselhos de merda, sim fui eu que os pedi (alguns arrancados a ferros, até). Fizeram por bem, eu sei, achavam que era o melhor para mim, eu sei, mas não foi, isso, vocês jamais saberão, espalhei-me a todo o comprimento, sozinha. Continuo a gostar e a precisar imenso de vocês. Esqueçam a parte dos conselhos.
E depois, ainda há aqueles que, nem sendo amigos nem inimigos, me presentearam com frases feitas em jeito de conselho, (re)decoradas de livros do Paulinho Coelho. Que me irritam e aborrecem solenemente.
Todos têm uma opinião válida, e vou continuar a ouvir-vos com a atenção que merecem. Mas agora, agora sei exactamente o que não quero.


Agir, em vez de pensar ou sonhar em fazer. Já comecei.

05 janeiro 2008

Devaneios Transmontanos

Datraz dontem fui ali ao sóto comprar umas vazas secas, um bulho e uns moletes para o desinjum. Estava-me a apetecer um bom prato de cascas.
Bô, cumequera, o soteiro não sabia o que são vazas!
Depois de cusquilhar com a mulher, caçoaram um bom bocado, ali, estribados ao balcão. Vim arreliada para casa, acham-se guichos. Deste lafráu trato eu. Não pode com duas punhadas nas bentas, lhe garanto.

02 janeiro 2008

Saudades desmesuradas

Vai fazer um ano que não te vejo. Vai fazer um ano que não te conto aquelas minhas histórias parvas inventadas na hora, que não brinco contigo. Já não sei quais são os teus brinquedos favoritos, não sei o que mais sabes e aprendeste a fazer, nem quais serão as tuas novas birras. Nem sei se ainda dizes o meu nome e tão pouco se te lembras de mim.
Ainda falta muito para teres a idade que te trará a “liberdade” para me visitares, sozinho, só porque te apetece. E eu, que tenho idade para fazer o que me apetece (e apetece-me estar contigo), não “posso” visitar-te. Não “posso” Meu Amor Piqueno (era assim que eu te chamava, que significava Amor Enorme). Os “crescidos” têm destas coisas, dizem que não podem, apesar de poderem tudo.
Acredito que foste o único a “perceber” o que aconteceu. A saber do verdadeiro e único motivo da minha tristeza e depois desaparecimento. E tu, sem culpa nenhuma.
Tu sabias quando eu estava triste.
Aprendeste a dizer «gosto de ti…», e nesses dias tristes, apertavas os teus bracinhos à volta do meu pescoço, como quem me quer proteger do que me magoava e dizias, ao meu ouvido, «gosto de ti…» e eu respondia-te, «eu é que gosto muito de ti».
Sabes, as pessoas “crescidas” nem sempre dizem o que sentem, como um «gosto de ti», têm medo, medo que o outro “crescido” não responda «eu é que gosto de ti», ou quando responde, o outro não acredita. As pessoas “crescidas” complicam muito. Tu concordarias comigo, «Basta gostar muito, não basta? E acreditar. E respeitar».
Tenho muitas saudades tuas.