15 agosto 2007

Nunca Digas Nunca

Em jeito de resposta, a mim mesma!



Nunca voltes ao lugar
Onde já foste feliz
Por muito que o coração diga
Não faças o que ele diz.
Nunca mais voltes á casa
Onde ardeste de paixão
Só encontrarás erva rasa
Por entre as lajes do chão
Nada do que por lá vires
Será como no passado
Não queiras reacender
Um lume já apagado
São as regras da sensatez
Vais sair a dizer
Que desta
Desta é que é de vez
Nunca cair à tentação
Que te cria saudade
Não mates a recordação
Que te lembra a felicidade



Rui Veloso

2 comentários:

Unknown disse...

Gosto muito das letras do Carlos Tê, mas sobre o assunto em apreço prefiro esta da Elis Ragina:

As apar�ncias enganam,
aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o �dio se irmanam na fogueira das paix�es
Os cora��es pegam fogo
e depois n�o h� nada que os apague
Se a combust�o os persegue, as labaredas e as brasas s�o
O alimento, o veneno e o p�o, o vinho seco, a recorda��o

As apar�ncias enganam, aos que odeiam e aos que amam
Poque o amor e o �dio se irmanam na geleira das paix�es
Os cora��es viram gelo e, depois, n�o h� nada que os degele
Se a neve, cobrindo a pele, vai esfriando por dentro o ser
N�o h� mais forma de se aquecer,
n�o h� mais tempo de se esquentar
N�o h� mais nada pra se fazer,
sen�o chorar sob o cobertor

As apar�ncias enganam, aos que gelam e aos que inflamam
Porque o fogo e o gelo se irmanam no outono das paix�es
Os cora��es cortam lenha e, depois, se preparam pra outro inverno
Mas o ver�o que os unira, ainda, vive e transpira ali
Nos corpos juntos na lareira, na reticente primavera
No insistente perfume de alguma coisa chamada amor

Maria Cardeal disse...

Linda e tristre. Também.