A melhor forma de explicar isto seria comparar com um belo estado de embriagues consciente. Quando o vinho nos toca nos sentidos e o coração fica pertinho da boca, tão perto do prazer como da desgraça do "artista".
27.12.2008, 19:32h, EN219
Começa a nevar.
Brutal.
O espectáculo é indescritível. Nasci numa terra em que a neve é presente de Natal, mas nunca tinha feito uma viagem assim, é uma experiência violentamente bela. Tal como no estado de embriagues, fiquei tão eufórica que nem houve lugar à medição do risco.
Tal como acontece depois de beber um bom vinho, mais do que o necessário para degustar ou acompanhar uma refeição, fiquei com vontade de dizer o que fica ali, encravado, entre a boca e o coração.
Coloco o auricular do telemóvel e penso na pessoa com quem vou partilhar.
Penso no Rui. Talvez para lhe fazer uma declaração de amor eterna, mas insuficiente. Excluo.
Penso no Luís, e em partilhar algo que este lugar nos dá em comum. Excluo, iria achar desmesurado todo o meu entusiasmo.
Pensei na Luísa. Ela dir-me-ia "põe a merda das mãos no volante e vai atenta e vê se chegas inteira a casa" . Excluo.
Penso no Hugo. A conversa seria bem mais distractiva e perigosa que uma bela nevada em pleno Nordeste Transmontano. Excluo.
Ligo ao Pedro. Amigo incansável. Depois de desligar fiquei com a sensação de ele achou que eu tinha bebido.
Eu sei, a sensação é exactamente a mesma.
7 comentários:
Ai melheri, tenho de te dar o TM ... nunca vi nevar na minha vida ...
Já deverias ter dado, levavas com uma louca eufórica com 33 a falar de neve como se tivesse 14 que vê neve pela primeira vez.
(isto deveu-se mesmo à situação, ao local à hora... tudo parecia perfeito
:D
ui... eu... anónima!!!
ehehehheeh
por acaso estes nevoes tao a ser belas prendas =)
Desde que não empatem, eu GOSTO.
lindo
Pedro,
Isso é dos olhos de quem lê.
Enviar um comentário